terça-feira, 20 de julho de 2010

QUASE


FICA SEMPRE A SENSAÇÃO QUE SE PERDEU NO TEMPO.

Que os melhores dias refugiaram-se no passado:
que o melhor abraço foi ontem,
que só o primeiro beijo valeu,
que a força não é mais...

Fica sempre parecendo rascunho,
um quase,
um logo ali ou pouquinho passado.
um detalhe.
Só um mísero detalhe!
SÓ...


Um único!... e inacessível detalhe!
.
.
.
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.
.
.
.
.
Resta uma pintura mofada!
Uma ponte
sem rio,
sem margens

SUSPENSA.

Fica sempre lá:
Sem pés no chão sujos de terra
nem mãos que alcancem o céu.
Sempre no meio
sem ter onde ir
ou como voltar.

Todo alimento recebido
é mendigado:

Frutos mordidos,

miudezas trazida pelo vento,
restos de bênçãos,
resquícos de orações pagãs,
privilégios implorados,
ecos de canções,
vozes acolhedoras ouvidas lá longe.

S
  U
     S
       P
         E
           N
              S
                O

Nada se vê para além daquela sombra.


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